SEM BATER...Maria Kátia Saldanha

SEM BATER

Sigo tão triste pela vida
sem valor canto minha sina
escondida em triangulo escuro
numa interminável forma...

ainda que seja dentro de você

 

Pudera desejar me infundir a você
já carente dos longos anos de tua ausência
sobrevivo na lembrança silenciosa e deslizante
de antigo amor que ainda sonhava...

 

Do o seu mundo águas saudosas escorre
levado pela areia, usurpada por oceano diferente
já não há sol a nascer nem sol a se pôr
uma sutil torrente me fez de você desistir

 

Todas as estrelas agora choram
a lua minguante se estreita e lamenta
não querendo amparar lágrimas que se orvalham
encobre-se dentro das obscuras nuvens...que não alvorecem

 

Caminho a favor do vento que se avizinha
não espero mais encontrar você
mas, meu coração insiste em dizer:
Entre...não precisa bater!

 

Maria Kátia Saldanha