sábado, 16 de agosto de 2014
Somos Sementes do Amanhã...Quim Trovador(Poeta e Sonhador)
Somos Sementes do Amanhã
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Amanhã,
haverá a ressurreição do espírito ,
a etérea,
ressurgirá
noutra mátéria,
para prosseguir ,
ou acabar de cumprir
a Vida .
Assim, nos encontramos
e, reencontramos ..
... e, num segundo após o conhecimento,
há a percepção do " Dejà vue" ,
algo que nos surpreende ,
mas que acontece ...
e se estabelece
o enlace .
Depois ... há o acordar dos sentidos,
Depois ... há o acordar dos sentidos,
o subconsciente funcionando ;
- Vem o sonho real,
tão real que assusta ...
... e tudo se ajusta,
como complementar .
Mas, há também o amanhã cotidiano e,
Mas, há também o amanhã cotidiano e,
a cada alvorecer há um dia novo ,
para usufruir em pleno .
E, ... o Tempo não regride !
Por isso, eu amo a Vida,
E, ... o Tempo não regride !
Por isso, eu amo a Vida,
e os seres que de perto
e de longe
( mas tão perto )
que, de certo,
completam meu hoje
e todos os amanhãs ...
Hoje e amanhã e,
Hoje e amanhã e,
semearei
um pouco de mim em muita gente ...
e, reflorescerei
a cada alvorada ...
renascendo,
do Nada !
Quim Trovador
Quim Trovador
(Poeta e Sonhador)
domingo, 10 de agosto de 2014
Poema Enjoadinho...Vinicius de Moraes
Poema Enjoadinho
Vinicius de Moraes
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Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
MAÇANETA...Rafael Gióia Junior... Homenagens aos Pais.
MAÇANETA |
Não há mais bela música
Que o ruído da maçaneta da porta
Quando meu filho volta para casa.
Volta da rua, da vasta noite,
Da madrugada de estranhas vozes,
E o ruído da maçaneta,
E o gemer do trinco,
O bater da porta que novamente se fecha,
O tilintar inconfundível do molho de chaves,
São um doce acalanto,
Uma suave cantiga de ninar.
Só assim fecho os olhos,
Posso afinal dormir e descansar.
Oh! A longa espera,
A negra ausência,
As histórias de acidentes e assaltos
Que só a noite como ninguém sabe contar!
Oh! os presságios e os pesadelos,
O eco dos passos nas calçadas,
A voz dos bêbados na rua
E o longo apito do guarda,
Medindo a madrugada,
E os cães uivando na distância,
E o grito lancinante da ambulância!
E o coração descompassado a pressentir
E a martelar
Na arritmia do relógio do meu quarto
Esquadrinhando a noite e seus mistérios.
Nisso, na sala que se cala, estala
A gargalhada jovem
Da maçaneta que canta
A festiva cantiga do retorno.
E sua voz engole a noite imensa,
Com todos os ruídos secundários.
-Oh! Os címbalos do trinco
E os clarins da porta que se escancara,
E os guizos das muitas chaves que se abraçam,
E o festival dos passos que ganham a escada!
Nem as vozes da orquestra
E o tilintar de copos,
E a mansa canção da chuva no telhado
Podem sequer se comparar
Ao som da maçaneta que sorri,
Quando meu filho volta.
Que ele retorne sempre são e salvo,
Marinheiro depois da tempestade,
A sorrir e a cantar.
E que na porta a maçaneta cante
A festiva canção do seu retorno
Que soa para mim
Como suave cantiga de ninar.
Só assim, só assim meu coração se aquieta,
Posso afinal dormir e descansar.
Poeta Gióia Júnior
Poeta Gióia Júnior
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