sábado, 14 de julho de 2012

As Linhas...Maria Kátia Saldanha

AS LINHAS
Maria Kátia Saldanha
As linhas duras da minha faina,
Das agruras passadas, é o eito que me sobra.
Nódoas resistentes,
Adornam os vincos do meu rosto.
Demarcados pelos sonhos exaustos,
Uns outros, são repuxos do desgosto.
As rugas que minha face invade,
Foram fincadas e erguidas por outras vidas.
Em cada trajeto uma glorificante,outras tantas de desilusão
Meus sulcos,eram de antiga terra fértil, hoje barrento chão.
Tez talhada da desunião,
Não, pela vida vivida, sim, por reproduzir um outeiro vazio
Não, pelas idas e voltas, mas, por não existir mais portas.
Meus brancos cabelos, paradoxo de mim,
alvejados pelas saudades,
Dos membros em eterno do meu clã,
Construídos no balançar de colo,
Com uma única união de um só solo.
Minhas mãos, esteve mais dominante, não em levante.
Meus olhos tremulam sim, mas, de lágrimas noturnas
Embaralhadas ao olhar pra traz e notar que fiz quase nada.
A minha razão, já há dúvidas de sanidade,
Que clama em chamas por prólogo verídico
Mas meu coração não perde o ritmo,
Para os que em algum caminho desencontrei,
Peço, não percam os vagões que ensinar procurei.
Não vos deixo nada de heranças
Só uma penca de esperança pelos que trabalhei.
Não se dividam por pequenas desavenças,
O que deixo é somente o nome honrado


Dos que dignamente me deixaram

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