terça-feira, 21 de junho de 2011

Minha Lira, o Tempo...Henrique Alvez


Minha lira, o tempo
Henrique Alvez

Tu, que no galgar infinito
Por essa senda vital e incompleta
Intáctil permaneces
Sem que eu sequer o anele.

De fato...

Tu alcanças meu âmago
Transmuta-o
Derruba-o
Mas é, como uma alva pluma, delicado
Dispensando permissão,
E ignorando minha completa falta de percepção

Não o julgo...

Oh, paradoxal senhor inerte
Que agitado te movimentas,
Varrendo meu sorriso
E desaguando languidez
Sem, mais uma vez,
Meu prévio aviso.

Inconstante meu...

Contraditório Senhor imortal
Ora o anseio, desfruto...
Ora o odeio, contigo luto...

Mas te compreendendo.

Assim és
Tão difícil definir
Impossível não viver
Mas que me permite existir.

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