CARTA BUCÓLICA Gabriel de Sousa (poeta2811) |
Esplêndido dia, aqui na minha aldeia, onde os pássaros me despertam todas as manhãs. Que lindo dia ! Vesti a minha roupa de campo e fui passear !
Vivo no campo. Desisti das urbes e estou quase isolada : só eu, os pássaros e as árvores. Aqui posso cumprir o meu ritual de amor com a natureza ! Aqui não preciso de máscaras para ser feliz !
Gosto muito de comunicar, mas cada vez são menos as pessoas a quem abro as minhas portas... Cada vez comunico melhor no silêncio ... Onde os gritos são dos grilos e dos cães, que andam à solta. Onde até a minha alma saltita livremente ... A minha roupa do campo é sempre a mesma, a mínima, e o meu corpo solto, liberto, sem nada que o prenda a não ser a própria gravidade. Certa vez, li num livro ( daqueles a que regresso vezes sem conta... ) « que a roupa apertada nos concentra no seu aperto e nos não permite vaguear para além de nós ... »
Disse-te ontem que não me importava de ir até à capital, mas não sou capaz. Só de pensar em carros ... no movimento ... nos espaços fechados ... estremeço !
Eu que sempre vagabundeei sem raízes, agora estou presa ao espaço ... um espaço sem limites .. onde me perco, mas sem medo.
A minha serra ! É aqui que quero passear ... por entre os bichos e a ausência de mato. E quero ser um deles ... É isso que preciso neste momento.
Estender-me no meio das ervas, com um livro que não sei se irei ler ... passear nua entre o sol e o horizonte ... ser bicho ... ser terra .... É tão bom e faz tão bem !
Quem sabe se tu não queres vir aqui e participar neste meu cerimonial ! Nus... sem maquilhagens ... com cheiro a bichos !
Quem sabe se tu não queres vir e passear comigo, entre o teu corpo e o meu...
Já fizeste amor, assim ? No meio de uma serra ? É tão bom e faz tão bem !
Já que não me mandas calar, como era costume, já que insistes em me deixar falar ... vou calar-me !!!
Porque escrevo ? - Digo-te algo ? - Consigo comunicar contigo ? - Consigo que apreendas a minha essência ? « Martina »
Vivo no campo. Desisti das urbes e estou quase isolada : só eu, os pássaros e as árvores. Aqui posso cumprir o meu ritual de amor com a natureza ! Aqui não preciso de máscaras para ser feliz !
Gosto muito de comunicar, mas cada vez são menos as pessoas a quem abro as minhas portas... Cada vez comunico melhor no silêncio ... Onde os gritos são dos grilos e dos cães, que andam à solta. Onde até a minha alma saltita livremente ... A minha roupa do campo é sempre a mesma, a mínima, e o meu corpo solto, liberto, sem nada que o prenda a não ser a própria gravidade. Certa vez, li num livro ( daqueles a que regresso vezes sem conta... ) « que a roupa apertada nos concentra no seu aperto e nos não permite vaguear para além de nós ... »
Disse-te ontem que não me importava de ir até à capital, mas não sou capaz. Só de pensar em carros ... no movimento ... nos espaços fechados ... estremeço !
Eu que sempre vagabundeei sem raízes, agora estou presa ao espaço ... um espaço sem limites .. onde me perco, mas sem medo.
A minha serra ! É aqui que quero passear ... por entre os bichos e a ausência de mato. E quero ser um deles ... É isso que preciso neste momento.
Estender-me no meio das ervas, com um livro que não sei se irei ler ... passear nua entre o sol e o horizonte ... ser bicho ... ser terra .... É tão bom e faz tão bem !
Quem sabe se tu não queres vir aqui e participar neste meu cerimonial ! Nus... sem maquilhagens ... com cheiro a bichos !
Quem sabe se tu não queres vir e passear comigo, entre o teu corpo e o meu...
Já fizeste amor, assim ? No meio de uma serra ? É tão bom e faz tão bem !
Já que não me mandas calar, como era costume, já que insistes em me deixar falar ... vou calar-me !!!
Porque escrevo ? - Digo-te algo ? - Consigo comunicar contigo ? - Consigo que apreendas a minha essência ? « Martina »
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