domingo, 18 de novembro de 2012

SELVAGEM - Maria Kátia Saldanha

SELVAGEM
Maria Kátia Saldanha
Presa está uma selvagem
Que corre em sentido vertiginoso
Sem freios, sem arreios, sem parâmetros no dorso.

Em galope desenfreado desliza o infido
Cavalga constelações, rasgando em fúria
As impene traveis irreais fronteiras
Reproduz estrelas noturnas,
Resfolega ao beiral de abismos
Seu pelo negro esplande-se em céu revolto
Lança a crina com tenaz liberdade.

Nos seus alados vôos descerra templos sagrados
Buscando a destruição do seu destino
Eleva sua selvageria a deuses celtas.
Em disparo louco,
cobre montanhas e rochedos.
Nos rios dispersa seu furor
que queima aprisionado,
deixa correr no leito inquieto
suas ferraduras que aprisionavam.

Selvagem galopa espumando pelas narinas
todo horror vivido em guilhotina,
qual chama em fogo encobre e serpenteia
retirando sua endoidecida cela quente,
nos flancos livres, submerge nos cristais poentes
seus olhos peregrinos criam brilho,
transpassa o mar em selva aberta
desarma-se do cabresto,

E...segue em liberdade a voar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário