Maria Kátia Saldanha
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Reza em mim uma nostalgia encabulada
Mal resolvida, desarrumada, desajeitada
enjeitada....
Seu silêncio é aterrador que assusta
Anda sozinha pelo meu corpo escorregadio
Com um indesejável participio vazio
Reza em mim uma presidiária
Que nunca foi algemada, nem surrada, nem maltratada
Mas, reza uma alma semi-indisposta, sempre torta, esgueirando-se
pelas frestas e portas, sem trocadilhos de penas tortuosas
Reza em em mim uma menina vistosa
Com um sorriso festeiro de gente alegre e garbosa
Com uma pequena cova, que nunca fizeram troça
De tranças, andava airosa
Mais ela ficou em algum lugar, e de mim se perdeu
Reza em mim uma descomedida tristeza
Que nada sabe, nem adivinha como ela se fez erva-daninha
Consumindo todo um antes adolescente corpo
Reza em mim um vale dos esquecidos
Que não se fez reconhecido. que não foi adornada, sim
abandonada, jamais venerada
Para venerar não precisa estar em altar
Nem suas mãos beijar, somente uma palavra amiga entregar
Reza em mim uma menina-mulher
Que esqueceu de crescer, se tornou senhora sem saber
Que alvou os cabelos pelo passar do tempo, veridicamente
nem o viu passar, mas, passou...
Reza em mim uma saudade desgorvernada
Que mata a cada dia que o sol se vai
Pois sei que pra casa não volto mais
Reza em mim uma árvore de tronco frondoso
Que encontrei em mes de agosto
Que não fincou raiz de desgosto
Florindo em dezembro, produzindo mel em setembro
Verdejando sempre em outonal abril
Reza em mim um amor puro e valente
Que não é coronel ou tenente
É homem varonil
Reza em mim este amor
Com esperança e louvor
O levo sempre comigo aonde for
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