domingo, 18 de setembro de 2011

Reza...Maria Kátia Saldanha

Reza...
Maria Kátia Saldanha
Reza em mim uma nostalgia encabulada
Mal resolvida, desarrumada, desajeitada 
enjeitada....
Seu silêncio é aterrador que assusta 
Anda sozinha pelo meu corpo escorregadio
Com um indesejável participio vazio 
Reza em mim uma presidiária
Que nunca foi algemada, nem surrada, nem maltratada 
Mas, reza uma alma semi-indisposta, sempre torta, esgueirando-se
pelas frestas e portas, sem trocadilhos de penas tortuosas 
Reza em em mim uma menina vistosa
Com um sorriso festeiro de gente alegre e garbosa 
Com uma pequena cova, que nunca fizeram troça
De tranças, andava airosa 
Mais ela ficou em algum lugar, e de mim se perdeu
Reza em mim uma descomedida tristeza 
Que nada sabe, nem adivinha como ela se fez erva-daninha
Consumindo todo um antes adolescente corpo 
Reza em mim um vale dos esquecidos
Que não se fez reconhecido. que não foi adornada, sim 
abandonada, jamais venerada
Para venerar não precisa estar em altar 
Nem suas mãos beijar, somente uma palavra amiga entregar
Reza em mim uma menina-mulher 
Que esqueceu de crescer, se tornou senhora sem saber
Que alvou os cabelos pelo passar do tempo, veridicamente 
nem o viu passar, mas, passou...
Reza em mim uma saudade desgorvernada 
Que mata a cada dia que o sol se vai
Pois sei que pra casa não volto mais 
Reza em mim uma árvore de tronco frondoso
Que encontrei em mes de agosto 
Que não fincou raiz de desgosto
Florindo em dezembro, produzindo mel em setembro 
Verdejando sempre em outonal abril
Reza em mim um amor puro e valente 
Que não é coronel ou tenente
É homem varonil 
Reza em mim este amor
Com esperança e louvor 
O levo sempre comigo aonde for

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