quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pontilhão...Maria Kátia Saldanha


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PONTILHÃO
Maria Kátia Saldanha
Pelo pontilhão em que me curvo
Videntemente vieste.
Em meio as águas rasas,
No oceano que consome lágrimas junta-se a mim
Surges na luz dos olhos do dia
Ou nas brancas espumas do ranger da noite.
Reconheço seu vulto, seus passos,
sua sombra na multiplicação do mar
Nos corais em que piso,alçada pela cegueira, não sangro
Suas mãos liquifeitas, são algas de amor a guiar-me
Não tropeço nos sargaços imensos,
seus pés limpam o mar fundo em levante.
Sei que neste mar, há lágrimas tuas e minhas, e elas flutuam
E revestem nosso dorso frontal encastoando pedras de cristal
Do mar vem vozes traiçoeiras
Neste instante, aparta-me para longe
E num perder de vista, lança-me sobre um manto branco
Recolhendo rastro deixado do meu corpo em sal,
Ondulando em seus braços meus cansados cabelos brancos,
submergimos deste grande e imensurável mar
e voltamos em sublime supremacia o amor respirar.

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