quinta-feira, 23 de julho de 2015

SOLUÇOS - Maria Kátia Saldanha

SOLUÇOS 
Nas sombras dos soluços dormentes
Vaguei por tempo nas penumbras ,
Das imagens que cantam em regia lembrança,
Eras somente minha dolente página a ser escrita!

Um seio vazio, na totalidade,
Jazia morta sem querer ser notificada,
Corria...para a ponta do derradeiro
Da cova rasa, como adeus, margaridas servil!

De um seio seco - árvore sem raiz
Já não existira flores perfumadas...
Sem frutos sem sementeiras!
Regastes folhas amareladas pela vida!

Amante, repreendida de desdem, parti...
Para travado arrependimento segui,
Emparedada de exilado sentimentos fugi
Adormeci meu verdejante bosque, me aterrei!

Vem o vento, acolher em seus brandos braços
No jazigo recente flores já desfolhadas,quase mortas...
Revolve brandamente aves sementeira...
Órfã de nada, voam, buscando leito em nectarina

Fechada, afeita a solidão desenfreada
Ativa sobras afetivas desalinhada,
Na alma oca desabitada ressentida
Recolhe-se!

Palpitava amor... já não existe mão
A flor ressequida volta a sepultura...
E...as tristezas assolam solitária
E jaz sem olhos enterro-me sozinha!

Deito-me... sem ventania, palavras cerradas
Trancam resquícios sentimentos,
Jacintos sem perfume segura a mão
E em úmido orvalho entardecido, sussurra em derradeiro, 
que sentiu, que viveu amor verdadeiro!

Maria Kátia Saldanha

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