quinta-feira, 20 de março de 2014

Escuro Céu...Maria Kátia Saldanha


Escuro Céu
Enquanto o céu escurecia 
os pingos desciam como chuva 
e como uma avassaladora enxurrada 
não sei se elas caiam dos meus olhos
ou o céu derramavam por mim também suas lágrimas
Não podia crer naquela repetida cena, 
se minha dor pela calçada ainda cega perambulava
E eu descia tal uma margarida desfolhada
Naquele instante o riso louco se fez nova ferida
Minha alegria como água foi consumida
A brincadeira da vida sucumbiu o que era flor
Meu corpo já não sentia frio nem calor
Só as lembranças eclodiram como rio sombrio
Da flor que tentava uma vez mais ter viço a chuva e choro levou
Meus olhos não acreditava no que se passava
Era como uma enxurrada de novos pesadelos
Fui ficando encurralada em areia movediça 
Todo o tempo se modificou
Se hoje choro? Não sei
Sei que meu coração petrificado se tornou

Maria Kátia Saldanha 

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