segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O PALHAÇO...Cordélia Ribeiro

O PALHAÇO
Pelas esquinas de ruas estreitas,
Confetes, serpentinas restam no ar.
Em meio a algazarras já desfeitas,
vejo um palhaço triste a caminhar.
Olhar lânguido entoa amargurado
Canções pela cidade adormecida,
Trazendo pelo rosto mascarado,
Saudades que ficaram em sua vida.
Nesta hora, se alguém pudesse ouvir
De sua voz a razão dele existir
o palhaço cantaria a solidão,
a mulher perdida, bela e tão imensa.
E a noite lhe traria em recompensa
Um sorriso e estrelas pelo chão.

Cordélia Ribeiro
De: 1966
Poema feito em homenagem a:
JORGE SALVI

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