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O (Estranho) Amor  Jorge Filholini |
Paulo queria um filho homem, que fosse bom de bola e namorasse as mais belas mulheres. Dito e feito, nasceu em nove meses, na mudança lunar: uma menina! Que de boa de bola nada era, nem mesmo as latinhas de aço nas beiras de sarjetas ela conseguia bicudar. Nem logo chegou na puberdade e não se interessou no físico sarado de Miguel , o atleta da escola. Malhava todos os dias, desfilava de roupinhas menores que seu corpo para assim esbanjar as curvas de seu formato ereto escultural.
Porém nem as abundancias de músculos e testosteronas fizeram a filha de Paulo se interessar por Miguel; o garoto fez de tudo, preparou uma enorme tigela de açaí, uma corrida pós cinema, uma cesta de barras de sereias e até aulas grátis de personal ele propôs, mas nada, nem um só despertar no sentimento fizeram da filha de Paulo um suspiro e Miguel padeceu em lágrimas de anabolizante.
Mas o que o pobre sarado do Miguel não sabia era que o olhar da filha de Paulo estava em sintonia com o de outro homem. Era nas retinas escuras de Henrique, um garoto que andava encurvado, quase torto, cheio de espinhas no rosto, usava óculos de armação grande, muitas vezes ao se partir ele usava fita adesiva como improviso para segurar o aro e assim ficava pendurado em suas orelhas pontudas. Sentava em frente à lousa e anotava tudo que o professor pronunciava, era um garoto exímio, mas de atlético nada era propicio a fama.
...E a filha de Paulo casou-se com o nerd Henrique e concedeu ao pai um neto que hoje em dia é um dos maiores jogadores de futebol da cidade e namorador ávido nas horas vagas.
Porém nem as abundancias de músculos e testosteronas fizeram a filha de Paulo se interessar por Miguel; o garoto fez de tudo, preparou uma enorme tigela de açaí, uma corrida pós cinema, uma cesta de barras de sereias e até aulas grátis de personal ele propôs, mas nada, nem um só despertar no sentimento fizeram da filha de Paulo um suspiro e Miguel padeceu em lágrimas de anabolizante.
Mas o que o pobre sarado do Miguel não sabia era que o olhar da filha de Paulo estava em sintonia com o de outro homem. Era nas retinas escuras de Henrique, um garoto que andava encurvado, quase torto, cheio de espinhas no rosto, usava óculos de armação grande, muitas vezes ao se partir ele usava fita adesiva como improviso para segurar o aro e assim ficava pendurado em suas orelhas pontudas. Sentava em frente à lousa e anotava tudo que o professor pronunciava, era um garoto exímio, mas de atlético nada era propicio a fama.
...E a filha de Paulo casou-se com o nerd Henrique e concedeu ao pai um neto que hoje em dia é um dos maiores jogadores de futebol da cidade e namorador ávido nas horas vagas.
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