terça-feira, 20 de agosto de 2013

Soneto do Nascimento...Augusto dos Anjo

Soneto do Nascimento
Ao meu primeiro filho nascido morto 
com 7 meses incompletos  2 fevereiro 1911. 

Agregado infeliz de sangue e cal
Fruto rubro de carne agonizante, 
Filho da grande força fecundante 
De minha brônzea trama neuronial 

Que poder embriológico fatal 
Destruiu, com a sinergia de um gigante, 
A tua morfogênese de infante, 
A minha morfogênese ancestral?! 

Porção de minha plásmica substância, 
Em que lugar irás passar a infância, 
Tragicamente anônimo, a feder?!... 

Ah! Possas tu dormir feto esquecido, 
Panteisticamente dissolvido 
Na noumenalidade do NÃO SER!

Augusto dos Anjo

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