quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O meu Nirvana...Augusto dos Anjo

O meu Nirvana
No alheamento da obscura forma humana, 
De que, pensando, me desencarcero, 
Foi que eu, num grito de emoção, sincero 
Encontrei, afinal, o meu Nirvana!

Nessa manumissão schopenhauereana, 
Onde a Vida do humano aspecto fero 
Se desarraiga, eu, feito força, impero 
Na imanência da Idéia Soberana!

Destruída a sensação que oriunda fora 
Do tacto — ínfima antena aferidora 
Destas tegumentárias mãos plebéias

Gozo o prazer, que os anos não carcomem, 
De haver trocado a minha forma de homem 
Pela imortalidade das Idéias!

Augusto dos Anjo

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