domingo, 13 de outubro de 2013

PARA SALAZAR (COM RANCOR)Gabriel de Sousa

PARA SALAZAR 
(COM RANCOR)
Tudo nos tiraste,
nem miolos nem liberdade,
nada nos deixaste.
Num povo sem vontade 
tu nos transformaste,
povo de cabeça vazia
e incapaz de pensar. 
Os poucos que o tentaram
tu não os deixaste ...
(... eras polícia 
do próprio pensamento)
Magarefe,
Que teu povo esquartejaste
E que por seres surdo, 
Também a morte levaste
A outras terras. 
Pelo crime
De quererem ser livres
São mortos.
Do exílio
A que os obrigaste
Vêm atacar a terra que é sua ...
(... para ti são terroristas ...).
«Depressa e em força» 
Enviaste a nossa juventude
Para defender as riquezas
Dos da tua corte.
Os africanos porém,
Apenas queriam ser Homens ...
( - Mas tu nem aqui
Nos deixaste sê-lo ! )

Peçam agora ao povo
Que livremente
Exprima a sua opinião !
Não têm opinião
As cabeças ocas
Que tu,
Por tuas mãos, 
Esvaziaste, 
Enchendo-as ao longo
De quatro décadas
Apenas de palavras vãs.

Os homens passam,
As nações ficam,
Mas tu deixaste em farrapos
PORTUGAL, 
Triste país do sol,
Último país da Europa .
(Nov 1969)

Gabriel de Sousa

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