domingo, 26 de dezembro de 2010

Céus!! Bocage

Céus! 
Bocage


Ó Céus! Que sinto nalma! Que tormento!
Que repentino frenesi me anseia!
Que veneno a ferver de veia em veia
Me gasta a vida, me desfaz o alento!
 
Tal era, doce amada, o meu lamento;
Eis que esse deus, que em prantos se recreia,
Me diz: A que se expõe quem não receia
Contemplar Ursulina um só momento!
 
Insano! Eu bem te vi dentre a luz pura
De seus olhos travessos, e cum tiro
Puni tua sacrílega loucura:

De morte, por piedade hoje te firo;
Vai pois, vai merecer na sepultura
À tua linda ingrata algum suspiro.

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