sábado, 27 de novembro de 2010

Parábola do Andarilho - César de Araújo.

Parábola do andarilho
César de Araújo


Pois seu destino era estender o braço
de mãos repletas do ouro da alegria
compondo a vida sobre cada passo
calcado além do chão de todo dia.

Delineou no peito o próprio traço
dos caminhos de amor que seguiria
e não se esvaziava seu regaço
pois quanto mais se dava, enriquecia.

Não tinha tempo nem lugar descrito
para fazer cessar a caminhada
de eternidade que ele foi criando.

E compreendeu que o mundo era infinito
no tráfego de amor da própria estrada
e que chegar é sempre estar andando.

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