sábado, 27 de novembro de 2010

Deixa estar, não digas nada... Joaquim Manuel Magalhães

Deixa estar, não digas nada...
Joaquim Manuel Magalhães

Deixa estar, não digas nada.
Não toques no meu destino.
Pela tarde bate um sino
que nem se lembra de nós
no seu passo de romagem.
Que vai como um rio à foz
sem querer saber da margem.
 
É melhor os dois podermos
seguir o nosso caminho,
o salvo som naufragado
a chamar-nos de mansinho
 
para junto desse lado
que temos medo de ver.
Deixa estar, não digas nada,
talvez seja bom morrer.

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