quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Onde Estou - Maria Kátia Saldanha

ONDE ESTOU...
Maria Kátia Saldanha
Tento buscar ou meramente justificar,
em que anel gira minha vida,
nos socavões das noites mortas;
ou a vida que vi refletida no espelho jovem,
assim como o sol acende o dia,
trago a noite perdida e só...
Caí em meio lodaçal,
busquei tanto a paz real,
mais uma barreira escondida encontrei,
talvez...eu mesma quis enganar-me
julgando que já os conhecia,
ouvi,e, definho porque calei...acreditei
Tenho olhos cansados, deste desencontro fraternal,
a mente se torna gélida,
nesta colheita, de desilução.
Uma canção, ícones desgastados;
sem balsamo presente, vou seguindo este barco incauto.
Com as vistas presa ao céu,
para longe vou me anulando,
que adianta o choro, se levam-me todos os dias ao abatedouro,
por ora só meus defeitos andam em voga,
 tornai-me comum, em criado mundo
vou criando espinhos,
já fui querida, mas nunca, em família amada,
não tenho nem alma,vivi sempre na ante-sala
meu plantio não brotou, fui renegada sem pudor,
tenho o coração(se o tenho não sei) proliferado em dor,
um cansaço vai vencendo meu minguado corpo,
a semeação foi esmigalhada,o trigo não vingou
o pão não se formou,mais quando estava formado
sempre foi igualitariamente dividido sem favor,
será que só eu vi...
a candeia ser avivada pelo sopro seu e do vento,
que a corrida do tempo, foi dificil e sem muito acesso...,
tento vertiginiosamente me recompor.
Sou fruto de árvores enraizadas,
com orgulho, e honrada raça,
não mudei o intinerário, sinto a expulsão.
Sempre...e sempre conseguem me abater,
diante da vida não tenho jogo de cintura,
no afrontar do jogo,sou carta fora de baralho
venço várias etapas,mais uma só palavra tira-me do eixo
torno-me frágil, como uma folha ao vento;
não vou atras falso paraíso,
meus conhecimentos foram vividos,
adquirir por pura intuição, ler entre as linhas,
mas aprendi tardiamente sábios conselhos,
compreendo hoje que não nasci em época certa.
Já me perdi tanto,em crer...
que minha mente volta uma vez mais nas nuvens permanecer,
raia o dia e meus olhos nada enxergam,
sinto-me vazia.
Sinto medo, objetos perdidos, so tenho um seguro,
longe a cada dia, vou fugindo de mim,
das terras e todos que amei,
dos versos que não te dei,
na vida que falhei.
Muito antes, era um forte, tinha vigor,
 ria com alegria, que sentia a alma voar.
Sentia tanta segurança,que nem sei quem é essa que aqui está
Aprendi vendo tanto sofrer, mais eu tinha paz neste viver,
sem a humilhação, nem a falta de pensar,
me abatia.
Tinha do meu lado,
a coragem inabalavel dos meus pais,
e os passeios pelo quintal encorajava-me a voar entre as árvore.
Sentia o poder em minhas mãos,
meus objetivos eram claros como água,
avistava a linha do horizonte, era promissor,
no balanço fui mais longe do que previa.
Minha jornada foi se limitando,
eu mesma me atropelei,
não me sinto em devido lugar,
ando em mágoa e sem paz...

Mais isso passa...

 Amanhã será de um novo amanhecer!

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