sábado, 7 de fevereiro de 2015

VAGANTE...Maria Kátia Saldanha


VAGANTE

Hoje não passo de uma vagante
Que não viveu, e nem teve tempo pra sonhar
Sinto-me apenas retalhos de uma vida dividida
Que não sabia que cada segundo perdido,
é a avidez do tempo seguindo 
Sem se importar se daquele momento tiraste proveito
Já não rogo pelos afastados afetos
Minha calmaria é mera aparência de mudo socorro
Unicamente vivo como uma árvore oca em soluço
em qualquer campo obscuro
Sou um quebra-cabeça sem ter jogo
Desarrumado, em caído e barrento chão
Sou uma vagante, por nome, solidão! 

Maria Kátia Saldanha

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