domingo, 13 de novembro de 2016

MULHER ALENTEJANA (poesia) Gabriel de Sousa

MULHER ALENTEJANA
(poesia)
Gabriel de Sousa

Desde que de ti há memória
Tens sido sofredora e corajosa…
Já Catarina Eufémia,
Com um filho nos braços
E outro no ventre,
Nem por um minuto sequer imaginou
Recuar perante o agressor.
Não se serviu dos filhos como escudo
(Eles faziam parte do próprio corpo…
Eles faziam parte da própria vida…).
Os tiros soaram e ecoaram pelo País
E o seu sangue empapou a terra
Que a vira nascer, viver e sofrer.


A Mulher do Alentejo,
Sob o sol escaldante da planície
Ou no Inverno mais rigoroso,
Tem sempre a face molhada
Ou pelo suor ou pelas lágrimas.
Na ceifa ou na monda,
Na apanha da azeitona
Ou nas tarefas da vida moderna,
Ela está sempre na primeira linha.


Muitas vezes consegue cantar
Enquanto o coração está a sangrar.
Por tudo isto te admiro
Mulher do Alentejo:
Sabes repartir o teu calor humano,
És calma mas rebelde,
És trabalhadora sem igual.
Mesmo em condições adversas,
És o orgulho de Portugal.

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