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| Tantos rios...( Estados d'Alma ) |
Uma jangada, de velas destroçadas,
desce o rio caudaloso e barrento ...
Nas Águas-mágoas ,
flutuam destroços das palavras ditas,
mal-ditas , malditas Palavras que batem,
agridem, abrindo rombos , fendas,
nos restos dos destroços que, aínda flutuam ...
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Todo o rio tormentoso, tem três margens ;
- É na terceira, na finita-infinita,
que se afundam os náufragos da vida.
Nela, mergulham e pousam ...
"Repousam", inertes na lama,
envoltos na vela, que não se enfuna,
que já não navega, mas, se afunda,
servindo de alva mortalha,
piedosamente cobrindo,
as últimas palavas de amor...
O rio acalma-se ...
As margens florescem...
Os lírios crescem .
Os namorados ,
ouvem murmúrios do Vento ...
Do rio, nasce um burbular suave,
melodioso ... quase inaudível .
São olhos d'água , de mágoa ,
círculos repetidos vezes sem-fim .
Repetem as últimas palavras de amor,
do ser que, ali teve seu fim...
Uma jangada de poemas destroçados ,
desce o rio d'águas barrentas ...
Quim Trovador
Poeta e Sonhador
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