quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

DIFERENTE? Maria Kátia Saldanha

DIFERENTE?
Sou igual a tanta gente
Sem o capricho da natureza formada,
mas, sou flor rara no jardim de onde brotei.
Sou frágil como vaso chines,
 forte como um bruto artesanato do recolhido barro,
sou recolhida quando ferida,
uma onça quando maltratam minhas crias,
não sou mãe, sou apenas uma tia,
mais,que se tornou mãe sem saber,
e hoje aos vê-los crescidos noto que esqueci de viver.

Sem nada me arrepender
socorro sempre quem em minha porta bater;
Não sou de charadas;
Gosto de ver nos olhos que sou amada;
Sou feita de tantos fatos, que não lembro dos atos;
Minhas mãos envelheceram;
Sem reservas cultivo abraços;
Meus quadros estão na pouca memória guardados;
Ainda que distante, sei o que fazem;
Meus cabelos grisalhos, são frutos do amor que trago;
Sou aquela que para alguns trouxe vida e luz;
Para outros, com um trator fui despejada;
Sinto falta!


Não sei realmente do que sou feita ou afeita... 
Hoje, já não muito importa.
O que me cabe?
Só as areias o sabem,
se fui um grão de areia ou
um grão germinador
Somente Deus será julgador!

Maria Kátia Saldanha

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