SONHO EM FEVEREIRO |
A terra revolve-se
nas suas entranhas,
nas suas entranhas,
as casas vibram,
os velhos tropeçam,
as mulheres gritam,
as crianças brincam –
- sem nada entender.
Respiro caliça.
O
calor abrasa-me.
A cidade fantasma
continua a agitar-se,
a tremer, a
tremer
em sacões violentos.
Línguas de fogo
tudo lambem,
as
labaredas
tudo iluminam
com ar sinistro.
Mescla de cores,
sons e cheiros
que eu quisera não sentir.
As crianças agora já
choram
e as flores começam a murchar
Gabriel de Sousa
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