SE ACASO... |
Se acaso por mim perguntarem...
diga que a dor, nostalgia e saudade veio em minha porta bater,
que meu tempo estava se esgotando de tanto esperar
que a ninguém enganei, ao contrário fui eu a me enganar
quando pela minha porta os deixei entrar.
Diz que definitivamente
que dê cabo dos meus poucos retratos
que aquelas fotos não existe mais do rosto os contornos.
Se acaso por mim perguntarem...
diga que apaguei as lamparinas,
que deixei a escuridão me encobri e as alvas vestes,
rasguei-as... e dos retalhos refiz um vestido de desconfiança
e sai a procura da confiança.
Diga que não me chamem...
Que por estranhos motivos não mais os ouço
que aqueles beijos e abraços os lancei no lago,
naquele lodaçal do esquecimento onde permaneço
porque necessitavam ver-me em desabrigo
e transformar meu sangue em amargo vinho,
que o viço tingiu-me de pardo escuro
e converteu-me para um oceano de sargaço.
Se perguntarem por mim...
diz que sai a cantar nostálgicas melodias
que escondia-as nos antigos gaveteiros,
retirando-as, sem pauta, sem lamentos,
que as chaves deixei-as nos vitrais quebrados
e que para mim jamais haverá regresso.
Definitivamente diga:
Que à muito mudei de casa!
Maria Kátia Saldanha
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