Escuro Céu |
Enquanto o céu escurecia
os
pingos desciam como chuva
e como uma avassaladora enxurrada
não sei se
elas caiam dos meus olhos
ou o céu derramavam por mim também suas
lágrimas
Não podia crer naquela repetida cena,
se minha dor pela calçada
ainda cega perambulava
E eu descia tal uma margarida desfolhada
Naquele
instante o riso louco se fez nova ferida
Minha alegria como água foi
consumida
A brincadeira da vida
sucumbiu o que era flor
Meu corpo já não sentia frio nem calor
Só as
lembranças eclodiram como rio sombrio
Da flor que tentava uma vez mais ter
viço a chuva e choro levou
Meus olhos não acreditava no que se passava
Era
como uma enxurrada de novos pesadelos
Fui ficando encurralada em areia
movediça
Todo o tempo se modificou
Se hoje choro? Não sei
Sei que meu
coração petrificado se tornou
Maria Kátia Saldanha
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