quarta-feira, 13 de julho de 2011

Poema Contíguo ao Ódio... João Rui de Sousa

Poema Contíguo ao Ódio
João Rui de Sousa
Que gelado sopro nos agita
do lado de dentro das ruas?

Que rápida vertigem nos domina
nesta agudíssima manhã?

Este vento que nos queima 
estas veias mais quentes
Estes longos minutos que sacodem o rosto
Estes ponteiros gigantes que nos marcam os séculos
Estes rios de sal que abrem sulcos nos ossos

Esta raiva que nos corta 
estas lâminas nos lábios
Estes vidros de silêncio que nos enchem a boca
Estes deuses que sorriem 
estas lágrimas mais puras
Estes grandes traços negros de trânsito impedido

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