POEMA A DUAS MÃES E A DOIS TEMPOS...Joaquim Afonso ( Quim Trovador )

POEMA A DUAS MÃES E A DOIS TEMPOS

Amor

Certo dia escrevi :
- "(...) Houve uma pausa no tempo
sem tempo para pensar ... "
Hoje , ao ler-te e já a caminho do sono ...
houve outra pausa no tempo ... sem tempo ...
sem verbo para me expressar .

Que te posso responder ?
Nada de novo
que já não te tenha dito a respito de Mainha .

Eu que me prezo da verbabilidade,
de ser pessoa fácil na palavra

 ( ou de palavra fácil )
estou aqui redopiando...
rodando
a caneta entre os dedos
sem saber contar de meus medos .
Mas sei que fazer !

Daqui por umas horas ,

irei à Serra-Mãe,
agora prenha de flores silvestres
e, na brenha, onde há Madre-silva florida,
colherei uma flor,
duas flores e as aventarei ao vento ...
Uma para tua Mãe ...
outra para a minha
(Florinda Rosa e Mainha ) .
Serra-Mãe e Madre-silva,
duas mães também .
Ambas prenhas para nos oferecer
as flores que precisamos .
a duas "estrelas" que amamos .

Sabes, Amor ?.
Porque a Mãe-Natureza dá flores silvestres ,
nascidas nas brenhas agrestes ?
Porque são regadas pelas lágrimas da Saudade .
Minhas ... tuas ...
e de todos os seres que choram suas Mães .

Com muito carinho para todas as Mães

Joaquim Afonso

 ( Quim Trovador )