sexta-feira, 1 de julho de 2011

Estatuário...Henrique Alves


Estatuário
Henrique Alvez


É pedra bruta
Alquebra resistente
Fortaleza dissoluta
Opaco reluzente

Instrumento inexorável
Mão nua
Sem arma palpável
Esperança
Vã usança tua

Acaso é o amorfo rosto
Emergente desgosto
Pois figura legítima
Conserva-se Latente

Agora choro, pobre vítima
Estatuário impotente
Aceito-a maldita sina
Abandono a face que se esconde
Como cômoro em neblina

Deito-me sobre os seixos
Folgados motejantes
Aguardando o desfecho
Retorsão cruciante

Nobre seja novo ofício
Retângulo entalhado
Crava-se em solo sagrado
Aguardando futuro exício

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