sexta-feira, 1 de outubro de 2010

OBRAS PRIMAS DE HOJE!


 ARTE MESOPOTÂMICA
Enquanto os povos da Europa só conheciam a pedra polida, no Oriente próximo desenvolviam-se importantes civilizações.

Sua história é a de um conflito permanente entre populações que se alternaram no domínio sobre a região, e cujas cidades foram, ao longo dos séculos, focos difusores de uma cultura cada vez mais elaborada.


Ur, Larsa, Eridu e Lagash, cidades sumérias ao sul, junto ao Golfo Pérsico; Uruk, Nippur, Sipar e Akkad, cidades babilônias ao longo dos rios Tigre e Eufrates; Nínive, Nimrod e Korsabad, habitadas pelos assírios.


A arte da Mesopotâmia é em sua quase totalidade de cunho religioso.

A religião, a magia e sua prática fixavam-se na vida cotidiana com força de lei: qualquer transgressão às normas acarretaria o castigo divino.


Essa cega obediência era estimulada por sacerdotes e reis, considerados os legítimos representantes dos deuses.

Foi a crença no caráter religioso da realeza que levou os servos do rei Abargi a se deixarem enterrar vivos no túmulo de seu amo, sem esboçar qualquer reação.

Entretanto, cada construção e cada objeto de arte mesopotâmicos têm características próprias, que as diferenciam da arte de outros povos igualmente religiosos. São essas características que revelam o espírito da antiga Mesopotâmia.
Uma da primeiras manifestações da arquitetura suméria foi o Templo Branco, construído em Uruk, erguido sobre um montanha artificial de 12 m de altura.
Seu objetivo era aproximar o céu e a terra, ligando os homens à divindade. No império acadiano essa plataforma artificial desapareceu.

Totalmente construído com tijolos cozidos e palha, o grande zigurate de Ur ainda mantém de pé sua magnifícia escalinata. Sua imponente figura em meio à planície da cidade o transforma no centro social e religioso.
Entretanto, algumas criações sumérias influenciaram os vários períodos da arquitetura mesopotâmica: o emprego da abóbada, o uso do tijolo cru como único material para as edificações e o zigurate - torre de sete andares decrescentes, coroados no topo por uma capela.

O zigurate mais famoso é a torre da Babilônia, a "torre de Babel" mencionada na Bíblia. De modo geral, os palácios formavam um conjunto maciço, sem janelas para o exterior; os aposentos dispunham-se em torno de um pátio interno, prática mantida durante milênios no Oriente Médio.

As parede internas eram revestidas de pintura, como, por exemplo, o palácio de Mari, construído na época dos novos reinos sumérios. Suas paredes ilustram episódios marcantes da vida do rei. Nabucodonosor II (604-562 a.C.) não se gabava de suas guerras, mas de suas construções.

Primeiro, foram as muralhas erguidas ao redor da Babilônia, capital do seu reino; depois, os palácios construídos com um luxo sem precendentes. Ao portentoso palácio real, na margem esquerda do Eufrates, achavam-se ligados os jardins suspensos, que os antigos consideravam uma das sete maravilhas do mundo.
Nabucodonosor os construíra, diziam, para que sua esposa não sentisse saudades das montanhas da Média, sua pátria (a noroeste do Irã atual). As mulharas eram tao largas que, sobre elas, realizavam-se corridas de carros. Mais famosas ainda eram as portas, cada uma dedicada a uma divindade e ornamentadas com grandes figuras em relevo.
O Caminho das Procissões e a porta azul de Ishtar eram decorados com figuras em cerâmica esmaltada. A porta encontra-se no museu de Berlim, mas suas cores desapareceram.

Curiosamente, as escavações arqueológicas revelaram que os célebres jardins suspensos eram modestos. A mais notável herança assíria foram os baixo-relevos. Neles , os temas deixam de ser religiosos e tornam-se profanos.

No palácio de Nimrod, ao sul de Nínive, o mais antigo testemunho artístico do período assírio, existem salas repletas de baixos-relevos em honra a Assurbanipal, que mostram cenas de caça e episódios da vida do rei.

Os animais, sobretudo, são surpreendentemente realistas, e a tentativa de representar as três dimensões resulta numa curiosa superposição de imagens.

Os assírios também foram os primeiros a produzir uma decoração em larga escala: a ornamentação de 2 km de muralhas e fachadas em Korsabad exigiu 6500 m2 de relevos históricos.
Este palácio assinala o apogeu da arte assíria: tem 86 salas e grandes portas flanqueadas por touros alados em alabastro.


Embora os mais notáveis relevos da Mesopotâmia sejam assírios, não são, porém os mais antigos. Seus introdutores foram os sumérios, que começaram a utilizar essa técnica na decoração de placas fúnebres (estelas).


Muitas obras de escultura mesopotâmica se perderam por terem sido executadas em argila. Estátuas de pedra ou outros materiais mais resistentes são raras, e representam sempre a realeza ou altos dignitários.

Nas esculturas mais antigas, os padrões de elaboração eram rígidos: nariz em forma de bico, globo ocular indicado por uma concha, pupila em lápis-lazúli, cílios marcados com um risco preto.

Os trajes convencionais distinguiam as figuras femininas das masculinas: na época dos sumérios, o homem cobria-se até a cintura, enquanto a mulher deixava nus apenas o braço e o ombro direitos.
De modo geral, as esculturas destinavam-se a substituir a presença da pessoa representada, no templo. Por essa razão, as figuras, na maior parte das vezes, encontram-se em posição de adoração. Esse rigor formal pode ser observado nas placas fúnebres que acompanhavam o morto ao túmulo, narrando em pedra ou argila os acontecimentos mais importantes da sua vida.

Como era preciso colocar figuras de três dimensões numa superfície de apenas duas, a imagem sofria processo de distorção: cabeça, pernas e pés eram representados de perfil; o busto, de frente. Essa dissociação recebeu o nome de "lei da frontalidade" e marca todas as épocas da arte mesopotâmica. Um dos raros testemunhos da pintura mesopotâmica foi encontrado no palácio de Mari, descoberto entre 1933 e 1955.

Embora as tintas utilizadas fossem extremamente vulneráveis ao tempo, nos poucos fragmentos que restaram é possível perceber o seu brilho e vivacidade. Essa descoberta foi notável porque Mari aparentemente desenvolveu uma arte diferente de outras cidades da Mesopotâmia.

Apesar de conservarem algumas convenções - como a "lei da frontalidade"-, seus artistas executaram algumas figuras sugerindo movimento, o que prova que os artistas possuíram uma técnica talvez superior à que lhes era permitido demonstrar.

Não se conhece o nome de nenhum artista mesopotâmico. As obras eram executadas em grandes ateliês anexos aos palácios por uma coletividade de pessoas que, na escala social, se encontravam no mesmo nível dos artesãos.

No Código de Hamurabi, arquitetos e escultores são mencionados ao lado de ferreiros e sapateiros, ou seja, constituíam a terceira classe da sociedade mesopotâmica: os mushkinu - palavra da qual deriva o vocábulo "mesquinho".

A escrita cuneiforme permitiu o desenvolvimento dos selos cilíndricos, criados pelos sumérios. Os temas, representados em relevo, eram muitos diversos
( animais, plantas, procissões). Impresso na argila fresca, reproduzia as figuras com absoluta fidelidade, funcionando como uma espécie de marca registrada do seu dono.

Texto de referência:
Conhecer 2000 publicada pela editora Nova Cultural
ano 1995.

Textos complementares:
Sites Nacionais e Internacionais relacionados ao assunto.


Imagens:
Figuras retiradas da Internet em sites Nacionais
e Internacionais, encontradas através
de sites de busca.

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