terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

MEU QUINTAL...Maria Kátia Saldanha

MEU QUINTAL
Como um capricho misterioso
Passam por mim um rústico
terreiro da adolescência.

Dos sonhos da velha casa
Do quintal e dos floridos arvoredos.

Das frutas frescas das mangueiras
Do abacateiro tão velho, se pensava não resistir
Mas, quando chegava janeiro lá estava faceiro
com flores a se reproduzir

As pitangas, os jambos, os sapotis e jenipapeiro
As carambolas azedas que no chão viravam lama
Tantas seriguelas doces 
Os pés de araçá, coitados, estes penavam com suas galhas a nos balançar, 
As frutas do conde, que nem se ouve mais falar.

Quem desfez estes sonhos da minha
menina antiga, que tão cansada do alegre brincar
deitava sem precisar ninar 
Que dormia amparada, segura nos pés da irmã
Que local deixarei esta saudade que dia e noite
meus sonhos invadi?

Onde tudo isso foi parar?
Sei onde encontrar, mas, meus vivos e seguros braços não mais estão lá
Só minha saudade no meu quintal interno vai ficar
E minhas lembranças, no coração vou deixar

Maria Kátia Saldanha

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